quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sonhar faz mal?

Tenho notado que sonhar demais faz mal. É bom ter um objetivo, claro, mas criar demais em cima disto nem sempre é bom. Se as coisas não saem como o planejado surgem desilusões, irritações e decepções. O melhor então é não planejar. Deixar a vida seguir seu fluxo. No fundo é tudo muito simples, mas a gente tme mania de complicar. Por exemplo: o namoro não deu certo e todas as suas expectativas de uma linda vida futura a dois vão por água a baixo. É óbvio que haverá um chororô sem fim. Mas lamúrias intermináveis não vão resolver nada. Bola pra frente que atrás vem gente, certo? Veja bem, não estou dizendo que o sonho traz lamentações; o sonho pode ser (como ouvi recentemente) um preparo para alguma coisa boa que poderá surgir. Assim, se você se imagina em um trabalho bacana isso pode ser até um estímulo pra te ajudar a chegar lá.
O sonho, a imaginação, a fantasia precisam ser ponderadas, equilibradas pra haver o minímo de decepções e o máximo de alegrias. Como diria Vinicius "alegria é a melhor coisa que existe/ é assim como a luz no coração".
Falar é muito simples, mas controlar tudo isso nem tanto. Eu mesmo tenho me policiado um pouco em relação a isso. Projeto minhas coisas pra no máximo um ano, mais que isso não. É tudo muito incerto, muitas hipóteses e a chance delas ocorrerem é significativa, mas tem o outro lado da moeda; e se elas não ocorrerem? É preciso estar preparado.
Será?
Será que é preciso estar preparado? Parece que o mundo deveria não ser redondo e sim ter forma de um ponto de interrogação. Ninguém nunca vai descobrir ao certo o que virá por aí. O negócio é sentar e esperar.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Passarinho Lunático

Tenho mania de ir à Lua. Um lugar mutável quase que semanalmente, em forma de queijo, com São Jorge protegendo-a é um tanto quanto agradável, certo? Pois bem, cheguei na Lua e, como de costume, comecei a desenhar. Desenhos tortos, abstratos, sem lógica. Mas muito coloridos. Quando já me sentia entediada escuto um "piu" "piu...". Ora essa! De onde vem esse barulho? "...Piu...piu!". Foi então que uma criaturinha de mais ou menos de dez centímetros de cor alaranjada apareceu em cima de uma montanhasinha. Uma pássaro! Na Lua?? E meu professor dizendo que não existiam pássaros na Lua por causa da atmosfera inexistente no nosso satélite!! Se eu contasse como sua teoria é furada, ele não acreditaria em mim.
E não era um pássaro qualquer. Um sabiá! Não existe pássaro com canto mais lindo que o sabiá. Sabia?
Conversei com ele e descobri que foi parar ali por engano; perdera a rota que sua família fazia, voara longe...longe...muito longe...até que chegou na Lua. Meu passarinho estava sedento! A água da Lua não surtia efeito. Era preciso uma água que estivesse em rios ou lagos cujas águas batessem nas pedras fazendo aquela espuminha, e servida gelada. Água lunática não tinha metade dessas características.
Chamei o Super-Homem que me levara até lá e fomos os três em busca do lugar preferido do meu passarinho: A Terra.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Let it Be


Um quarto claro iluminado pela luz suave do Sol de outono abrigava o mundo do meu amor. Encontrei-o deitado na sua cama de lençóis brancos assistindo confortavelmente ao jogo de futebol (Let it be). Eu, como não queria atrapalhá-lo, me sentei no chão aos pés da cabeceira. Mas como de minha posição não conseguia ver o jogo, que era bloqueado por seus joelhos, pedi que os abaixassem. Ele fez mais do que isso. Deu dois tapinhas do outro lado da cama. Deitei-me ao seu lado, e ele, esquecendo do jogo, ficou olhando nos meus olhos e eu nos seus durante horas. (Let it be, let it be). Seus cabelos cacheados eram tão macios que era impossível não tocá-los. Sua barriga gordinha nos fazia rir e, com as risadas, o quarto iluminava-se cada vez mais. (Let it be). Mas era nos olhos que estava toda a revelação do amor. Desviar era impossível. Ficar ali era um conforto, um esquecimento do mundo e de todos seus problemas. Nada merecia mais cuidado do que aqueles olhos (Let it be).
Depois, não sei porque, emburrei-me e voltei pro chão. Ele me abraçou, cheirou meus cabelos e esqueci daquilo que agora já nem lembro. Ficamos ouvindo as músicas da nossa infância e rindo, rindo...Nessa altura, o Sol de outono já havia se posto, mas as nossas risadas e nossos olhares mantinham o quarto iluminado.
Let it be.